Cédulas e moedas sempre foram vistas como portadoras de bactérias e outros microorganismos, mas a pandemia do coronavírus agravou ainda mais os riscos de manipulação do dinheiro, a ponto da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar restrições a esse tipo de pagamento. A pesquisadora Adriana Pitella Sudré, especialista no tema, alertou que o perigo é maior nas cédulas de baixo valor, que circulam intensamente pelo comércio, incluindo a compra de comida.
- É muito comum que as pessoas usem o dinheiro para pagar o alimento e depois com aquela mesma mão comem o alimento, então dependendo das defesas do corpo aqueles parasitas que foram ingeridos, podem fazer mal ou não - advertiu.
Sobre os pagamentos por aproximação, as duas especialistas foram muito claras, eles podem sim diminuir a proliferação do vírus, mas não o eximem. É necessário que os cuidados com a higiene das mãos continuem a ser tomados. Porque se a mão estiver contaminada e o celular for levado ao rosto, a contaminação se dará da mesma forma.
Mestra em Patologia pela UFF, com pesquisas na área de microbiologia, Adriana fez um estudo com cédulas de valor baixo - por serem as que mais circulam e com isso as mais contaminadas) em comércios de Niterói e observou a presença de muitos parasitas. Ela explicou que a permanência de microrganismos nas cédulas monetárias, não só no Brasil, mas no mundo todo, está relacionada ao fato do papel ser muito poroso.
Adriana Pitella Sudré adverte “Os poros presentes nas cédulas de dinheiro e o manuseio dessas notas que são amassadas, rasgadas, e tem sua estrutura afetada favorecem sua contaminação”.
A professora Titular do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFF - Rita Cubel Garcia - assim como Adriana, ressaltou que a “lavagem de dinheiro” feita pela China seria algo inviável no Brasil.
-Não dá para comparar a realidade do Brasil a da China, existem diferenças culturais e comportamentais que não permitem que esse método funcione aqui, porque mesmo passando por todos esses processos, na hora que fosse ser manuseada as notas seriam contaminadas novamente. Esses investimentos também seriam extremamente caros.
Por Isabelle Trindade
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