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Aplicativos de pagamento estão ganhando espaço na rotina de consumo de alguns brasileiros. A Ame, uma das principais empresas do setor, optou por uma forma criativa de popularizar seus serviços entre universitários: a contratação de embaixadores digitais. São jovens influentes em seus respectivos círculos sociais e que têm como objetivo difundir a ideia de utilizar o app. Eles divulgam a Ame em seus perfis pessoais no Instagram e mantém contato constante com a empresa, ajudando-a a entender melhor o público que ela quer atingir.
A Ame Digital faz parte do grupo B2W e surgiu há dois anos. Ela trabalha com estratégias de fidelização de vendas, sendo o sistema de cashback uma das mais famosas. Trata-se de um processo onde o consumidor utiliza a plataforma para pagar uma compra ou conta, e recebe uma porcentagem do valor de volta. Este método de consumo tem se popularizado, mas ainda não é tão comum a maior parte da população brasileira, o que pede ideias inteligentes de propaganda por parte das empresas.
Os embaixadores da Ame são escolhidos através da influência que exercem dentro de seus respectivos grupos e ambientes universitários. “São pessoas envolvidas com a Empresa Júnior, associações atléticas dos cursos e eventos dos Centros Acadêmicos.”, explica a estudante de comunicação social Victoria Kompier, estagiária da agência Rastro, que presta serviço à Ame.
“Não importa muito a quantidade de seguidores, e sim o quanto eles são conhecidos no dia-a-dia da faculdade. Se a marca escolhesse um influenciador famoso, ele teria um alcance enorme de pessoas, mas não necessariamente iria influenciar na rotina do aluno. Enquanto isso, o seu amigo ou colega de trabalho que está ali na PUC com você todos os dias tem uma influência muito maior sobre o seus hábitos do que uma celebridade, mesmo alcançando um número menor de gente.”, conta Victoria, responsável pelo grupo de embaixadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, instituição escolhida pela empresa para testar a estratégia que começou a ser utilizada em São Paulo, na Fundação Getúlio Vargas, a FGV.
O histórico de Manuela Oliveira, estudante de publicidade, certamente pesou na hora de ser recrutada por Victoria como uma das embaixadoras Ame. Oliveira foi integrante da gestão de 2019 do Diretório Central dos Estudantes e, atualmente, está à frente do Centro Acadêmico de Comunicação Social, o CACOS. Além da influência na Vila dos Diretórios, ela também já passou pelo Golden Squad, equipe de cheerleaders da Atlética de Artes e Comunicação Social da PUC-Rio. O material a ser compartilhado é encolhido pela empresa e inclui desafios, correntes, jogos, avisos e campanhas.
“A Ame traz o conteúdo e pede para agirmos naturalmente ao divulgá-los. Eles prezam para que seja algo orgânico.”, afirma a embaixadora que também conta sobre a resposta que recebe dos seus pouco mais de dois mil seguidores no Instagram. “No início, eles acharam engraçado me assistir ali, fazendo uma propaganda, mas logo começaram a tirar dúvidas sobre a proposta da Ame e a compartilharem comigo seus feedbacks sobre a plataforma”. Assim, como os demais embaixadores da marca, Manuela é remunerada com um quantia mensal de cashback para gastar em sua conta da Ame.
De acordo com uma pesquisa sobre hábitos de consumo de serviços financeiros divulgada pela IDC em janeiro de 2019, os meios de pagamentos digitais estariam ganhando ainda mais força em 2020. Seis em cada dez brasileiros de classes A, B e C já utilizam algum tipo de serviço de pagamento digital. Além disso, o “World Payment Report”, realizado pela Capgemini, aponta que as movimentações non-cash (sem utilização de cédulas ou moedas) devem crescer em média 12,7% ao ano até 2021, representando uma em cada cinco transações do mundo todo. Os embaixadores da Ame nas Universidades são uma aposta da empresa para acompanhar esta previsão de crescimento do setor, partindo de uma pequena comunidade para, de forma gradual, conquistar cada vez mais clientes.
Por Elis Barreto e João Pedro Saramago
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